terça-feira, 19 de março de 2013

A autonomia do professor diante de seus alunos!

A autonomia do professor diante de seus alunos! É muito comum ouvirmos dos pais nas reuniões de pais e mestres, que seus filhos vão à escola e só aprendem o que não presta! Segundo os pais ( e não é mentira ) seus filhos voltam da escola violentos, falando palavrões e não aprendem nada de concreto! Mas... Até onde a culpa é das escolas, dos pais ou dos professores? Qual a função do professor dentro do modelo educacional proposto pela secretaria da educação? Qual o papel do educador na formação da personalidade do cidadão? O que a autonomia do professor diante de seus alunos permite que seja feito? Sejamos justos e bastante éticos, mas acima de tudo, falemos a verdade: O papel da escola não é o de educar as crianças. A educação da criança parte de sua casa, de sua comunidade, da cultura de seu povo e cabe à escola e aos educadores, desenvolver o convívio social, os aspectos culturais e sociológicos e, acima de tudo, transmitir conhecimento. Sendo assim, atribuiremos as responsabilidades ( e não culpas ) a quem de direito: Aos pais, cabe a educação e formação da personalidade de seu filho. À escola, estrutura para multiplicar conhecimento e segurança para seus integrantes. Ao Estado, cabe infraestrutura, segurança, recursos e formação adequada ao corpo docente. Aos professores, cabe realizar suas tarefas com dedicação, amor e acima de tudo respeito aos seus pares, pais e alunos. A todos, o papel fundamental é de que não omitam! É correto afirmar que o meio influencia na personalidade, mas se houver uma base familiar sólida o meio terá menos influência na formação da personalidade da criança. Mas, sejamos justos, não são todos os pais que têm condições e tempo de educarem seus filhos, muitos só veem seus filhos nos finais de semana ( quando veem ). Outros, não dispõem de estrutura familiar suficiente para educar seus filhos! Portanto, qual o papel da escola? Claro que as normas de convívio social devem ser "impostas" pela escola. Uso esse termo por que a disciplina é importantíssima na formação do caráter e, infelizmente, vivemos num nível de respeito mútuo que exige que certas "normas" sejam impostas, assim como nos é imposto por pessoas ouvirmos certas músicas, em tom alto, nas portas de nossas casas... Ninguém nos pergunta se queremos ouvir, simplesmente impõe uma cultura que muitas vezes não é a nossa, sem se preocupar com o próximo, não é mesmo? Pois se devemos "aceitar" certas imposições, podemos impor o que é bom, correto, digno. O papel da escola não é o de fechar os olhos ao CAOS social, à falta de estrutura familiar e ao ambiente violento e as imposições do poder paralelo! A escola deve ser administrada como se fosse uma empresa mesmo, deve ser devidamente limpa, deve ter estrutura de atendimento aos pais e às crianças e não deve permitir que ações sejam tomadas pelos seus alunos à revelia do respeito ao próximo, concordam? Mas, e agora? Devemos primar pela ordem, pelo respeito ao próximo, pela socialização e evolução cultural, mas a autonomia do professor não permite que ele "obrigue" as crianças e adolescentes a cumprirem o que lhes é determinado. A obrigação é um termo tão forte e negativo, que por si só tende a não dar certo! Da mesma forma que o administrador escolar não deve se omitir de seu papel, mesmo que seja concursado e tenha seu salário "garantido", o professor também não deve se omitir , deve realizar sua tarefa com paixão! É certo que nem todos os alunos atingirão o mesmo patamar, nem todos serão os cidadãos que esperamos, mas a maioria certamente absorverá o amor e a dedicação que colocamos na execução de nossas tarefas! Devemos usar nossas experiências como pais, filhos, irmãos, cidadãos... Devemos usar a nossa formação teórica, nossos instintos e nosso amor pela profissão que escolhemos, independentemente do sistema educacional aplicado pelo Governo. Amar nossa profissão e sonhar com uma sociedade mais justa e igualitária é fundamental para atingirmos nossos objetivos. Pregar o respeito ao próximo, a importância da leitura e do conhecimento continuado, da formação profissional, da higiene e assiduidade, do combate às drogas e, principalmente, do amor ao próximo! Independente da religião, amar o próximo e à natureza são dois princípios básicos para a perpetuação da espécie. Condenar práticas violentas e "envolver" nossos alunos com técnicas de psicologia e sociologia são fundamentais para a formação de um cidadão. Qual a autonomia do professor diante de seus alunos? Simples! A autonomia do professor começa pela formação continuada! Não basta fazer o curso de pedagogia e a licenciatura, o professor precisa se especializar a cada dia! A psicologia é fundamental para sabermos motivar e lidar com pessoas, a sociologia nos ajuda a criar cidadãos conscientes, a busca constante pelo conhecimento e cultura nos permite educar pelo exemplo. Principalmente, o professor não deve se omitir diante das dificuldades. Deve condenar o poder paralelo e o consumo de drogas, mesmo que tenha entre seus alunos filhos de traficantes ou criminosos. Deve educar e conscientizar as crianças, sem impor comportamentos mas cobrando respeito aos seus colegas e aos professores, pais, vizinhos... Deve motivar as pessoas para que elas sejam pessoas melhores e, desta maneira, transformem seus lares, pares, seus irmãos, seus pais, vizinhos e a todos com um comportamento voltado á cidadania. Agora, eu pergunto a cada um de vocês: É possível transformar nossa sociedade? Nossa autonomia ainda é pequena, diante das nossas expectativas? E o orgulho que temos de nossa profissão, supera a necessidade financeira? Se as respostas para essas perguntas foram NÃO, desculpem, mas vocês estão na profissão errada. Se as respostas foram um SIM, não desista! Continue seu caminho em busca de um mundo melhor e acredite: Não é Utopia! Fábio Anjos é Administrador de empresas, consultor empresarial e professor universitário. Pós graduado em docência de ensino superior.