quinta-feira, 18 de abril de 2013

EXISTENCIALISMO E O HUMANINSMO DE JEAN-PAUL SARTRE

O TEXTO A SEGUIR FOI EXTRAÍDO DO BLOG: http://sabedoriafilosofica.blogspot.com.br Jean-Paul Sartre, nascido em 21 de Junho de 1905.e faleceu em 15/04/1982 em Paris. É considerado o filósofo mais popular do existencialismo. Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo, pois segundo ele, é a única doutrina que deixa uma possibilidade de escolha ao homem, assim o existencialismo é considerado por Sartre como uma “doutrina optimista”, pois ele afirma que o destino do homem está nele próprio e que o homem só pode confiar na sua ação é só pode viver dela. (Abbagnano, 1970. Sartre inicia seus argumentação explicando que existem duas espécies de existencialistas: os cristãos e os ateus, que teriam em comum o fato de admitirem que a existência precede a essência ou, em outras palavras, que temos de partir da subjetividade. Segundo Sartre, não há determinismo em relação à realidade humana, isto é, somente a liberdade é determinante. O homem, numa escolha livre e situada, faz a si mesmo. Não há, portanto, uma natureza humana. É a célebre afirmação de “a existência precede a essência”. A visão tradicional da concepção do homem era imaginando Deus como um artífice superior que, antes de criar o ser humano, já tinha em mente o conceito do Homem, como pode ser visto na filosofia de Descartes e Leibniz. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprimia-se a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. Segundo Sartre o existencialismo ateu é mais coerente. Ele declara que Deus não existe e que a existência precede a essência. Logo os seres existem antes de poderem ser definidos por qualquer conceito. Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. Assim, não há natureza humana visto que não há Deus para a conceber. Sendo assim, o homem não é mais do que o que ele faz, porque o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. O homem é antes de mais nada um projeto que se vive subjetivamente; nada existe anteriormente a este projeto; nada há no céu inteligível, o homem será antes de mais o que tiver projetado ser. Assim o primeiro esforço do existencialismo, segundo Sartre, é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. Para ele, o homem é pura angústia. Mas na decisão de escolha do homem é onde se situa fundamentalmente essa angústia. O homem não pode escapar dessa escolha pois se vê nesse compromisso (se o homem nada escolhe, sua escolha é não escolher). Outra afirmação realizada pelo existencialista é a de que o homem está desamparado; desamparado de um Deus universal. Para o existencialista, é muito incomodativo que Deus não exista, porque desaparece com ele toda a possibilidade de achar valores num céu inteligível; não pode existir já o bem a priori, visto não haver já uma consciência infinita e perfeita para pensá-lo. A partir disso, devido a falta de valores, tudo é permitido ao homem se Deus não existe, ou seja, estamos sozinhos, e portanto, o homem é livre. O desespero humano vem do fato do homem não se limitar apenas a contar com o que depende da sua vontade, ou com o conjunto das probabilidades que tornam a sua ação possível. A partir do momento em que as possibilidades que considero não são rigorosamente determinadas pela minha ação, devo desinteressar-me, porque nenhum Deus, nenhum desígnio pode adaptar o mundo e os seus possíveis à minha vontade. Isso não quer dizer que o homem deva calar-se numa atitude de quietismo, mas que ele não deve ter ilusões. Para Sartre, o existencialismo não é uma filosofia do quietismo, visto que define o homem pela ação pois, como o homem não é senão o seu projeto, ele só existe na medida em que se realiza ou age. Para ele, o existencialismo é uma doutrina de dureza otimista e não de pessimismo, visto que o destino do homem está nas suas mãos, e também, porque ela o impele à ação. Isso se dá principalmente, segundo Sartre, porque o ponto de partida de qualquer filosofia deve ser o "penso, logo, existo", o “cogito” cartesiano. Ele argumenta que, iniciando com a subjetividade, o homem não é mais visto como um objeto, conferindo-lhe uma verdadeira dignidade, o que mostra a diferença entre o existencialismo e o materialismo. Nestas condições, a descoberta da minha intimidade descobre-me ao mesmo tempo o outro como uma liberdade posta em face de mim (já que também sou livre), que nada pensa ou quer senão a favor ou contra mim. Assim, descobre-se imediatamente um mundo que Sartre chamou de “intersubjetividade”, sendo neste mundo onde o homem decide sobre o que ele é e o que os outros são. Desta forma, todo projeto, por mais individual que seja, tem um valor universal, e é compreensível para todo homem, não definindo-o, mas podendo ser reconhecido. Neste sentido, pode-se dizer que há uma universalidade do homem; mas ela não é dada, é indefinidamente construída. Constrói-se o universal, escolhendo-se, compreendendo o projeto de qualquer outro homem, seja qual for a sua época. Sartre argumenta ainda que a escolha do homem não tem nada a ver com caprichos, ele escolhe sem se referir a valores pré-estabelecidos, mas os valores se descobrem na coerência de sua vida, nas relações entre a vontade de ação e o resultado da ação, como no processo de construção de uma obra de arte. Sartre nos diz que, se alguma vez o homem reconheceu que estabelece valores em seu abandono, ele já não pode querer senão uma coisa: a liberdade como fundamento de todos os valores. O homem quer a liberdade, não de uma forma abstrata, mas concretamente. E, por causa do compromisso e da descoberta do outro, o homem é obrigado a querer, não só a sua liberdade, mas também a dos outros. Assim, o resultado é sempre concreto e, por conseguinte, imprevisível: há sempre invenção. A única coisa que importa é saber se, a invenção que se faz, se faz em nome da liberdade, caracterizando a boa fé. Sartre foi muito criticado pelos que diziam que no fundo os valores não são sérios, visto que o homem os escolhe. Isso se dá pela falta de uma consciência perfeita para definir a importância de tais valores. Nesse ponto, Sartre inicia sua argumentação dizendo que inventar os valores significa que a vida não tem sentido a priori. Ou seja, antes de viver, a vida não é nada, mas depende do homem dar-lhe um sentido, possibilitando a criação de uma comunidade humana. É nesse momento em que Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo, mas não no sentido comum dessa palavra. Para ele, existem dois significados para a palavra humanismo: A primeira consiste de uma teoria que toma o homem como fim e como valor superior. Esta opção é rejeitada pelo existencialista, porque o homem está sempre por se fazer. A segunda consiste do humanismo existencialista. Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo porque lembra ao homem que não há outro legislador além dele próprio, e que é no abandono que ele decidirá de si. Porque não há outro universo senão o universo humano, o universo da subjetividade humana, além disso, porque o estimulante de sua existência é a transcendência, ou seja, é fora de si que ele vê um fim, um objetivo (a ação), que é libertação. Sartre conclui afirmando que o existencialismo é um esforço para tirar todas as conseqüências de uma posição atéia coerente. O seu objetivo não é mergulhar o homem no desespero, mas ele parte do desespero original do homem, que é a atitude de descrença. Segundo Sartre, o existencialismo não é um ateísmo no sentido de que se esforça por demonstrar que Deus não existe. Ele afirma que o problema não está em sua existência, mas que o homem deve se reencontrar e se convencer de que nada pode salvá-lo de si mesmo, nem mesmo uma prova válida da existência de Deus.

CERTIFICAÇÃO DE PESSOAS NA ISO 22301


Continuidade de negócios: Uma estratégia fundamental para o nosso dia-a-dia! Adaptação do artigo de Joaquim Pereira, Behaviour Group. É comum dizermos no Brasil que só trancamos a porta após a entrada do ladrão, assim como é muito comum que procuremos adotar medidas preventivas após uma experiência perturbadora. Em nossa casa temos por hábito adotar estratégias de prevenção, detecção ou mesmo de pronta resposta, através, por exemplo, da instalação de um alarme - o qual tem por objetivo dissuadir, detectar e garantir uma resposta por parte das autoridades competentes no caso de tentativa de assalto - a instalação de uma porta blindada, uma fechadura reforçada, ou mesmo, a contratação de um seguro para a cobertura da mesma. Estas estratégias permitem prevenir ou mesmo atenuar o impacto de determinadas ameaças inerentes, sejam elas humanas ou mesmo ambientais, tais como roubos, incêndios, inundações, desastre naturais, como tornados, cheias, furacões, ou outros. No nosso dia-a-dia adotamos um conjunto de outras estratégias que permitem salvaguardar ou mesmo assegurar a continuidade do nosso bem-estar ou mesmo o bem-estar e estabilidade da nossa família, por exemplo, através da realização de uma seguro de saúde que permita o acesso a um sistema de saúde mais completo em caso de necessidade, a realização de um seguro de vida que, em caso da ocorrência de circunstâncias menos felizes, pretende garantir condições que assegurem o bem-estar futuro dos nossos entes mais queridos ou mesmo o simples gesto de termos um par de chaves e que normalmente se encontram em poder de duas pessoas diferentes e que pretendem apenas assegurar a entrada em casa ou mesmo continuar a utilizar o carro mesmo que uma das chaves se extravie. Diariamente, realizamos um conjunto de ações que, de uma forma mais ou menos consciente, se enquadram em estratégias de continuidade. Se aplicarmos esta analogia ao meio ambiente em que vivemos, verificamos que podemos adaptá-la também nas empresas, organizações, bancos, governos ou mesmo mecanismos centrais mundiais, no entanto sabemos que nem sempre as estratégias que selecionamos são as mais adequadas e, por vezes, os mecanismos de resposta e/ou de atuação não funcionam como gostaríamos ou não respondem como inicialmente planejamos. No caso do alarme que colocamos em nossa casa, sabemos que numa situação extrema o mesmo poderia não acionar, as autoridades poderiam não ter uma resposta no tempo adequado ( o que aliás é fato corriqueiro no Brasil ), a linha telefônica pela qual o mesmo deveria comunicar poderia vir a falhar, no entanto é sempre melhor existir uma estratégia e um plano de atuação do que não existir qualquer medida. Perceba que o nível de confiança das medidas e estratégias que adotamos aumenta conforme o nível de detalhe e o número de exercícios e testes que realizamos, seja ao nosso equipamento de alarme ou aos procedimentos a seguir em determinada situação. Saber o que fazer diante de um determinado cenário, quem é que deve fazer o quê, e quais as ações a realizar, são passos importantes que podem prevenir ou atenuar resultados, no entanto sabemos que muitas vezes a única opção que temos é mesmo a de tentar minimizar o impacto, veja-se o caso dos seguros, planos de emergência ou mesmo planos de resposta a crises. Para as empresas, organizações, bancos ou mesmo governos, este componente de continuidade é crítica no que diz respeito à garantia da continuidade das suas operações, na resposta aos seus clientes, no bem- estar dos cidadãos ou ainda, no caso dos bancos, na garantia de viabilidade financeira e proteção dos recursos de seus clientes. Seja qual for a área de atuação ou o tipo de entidade ou situação inerente e/ou emergente, a área de continuidade de negócio apresenta-se como um componente crítico e que deve ser analisada e devidamente planejada. As estratégias, planos, atividades, mecanismos e tempos de respostas, recursos necessários, ou mesmo, a quantificação do quanto estamos ou podemos estar dispostos a perder, são fatores que irão fazer a diferença em caso de ocorrência de eventos perturbadores. Atenta a este tipo de necessidade e para a definição de estratégias e modelos base para este tipo de respostas, a ISO, organização de referência mundial de normas internacionais, apresenta uma norma internacional que permite definir os pontos mais relevantes para a implementação de um sistema integrado de gestão de continuidade de negócio. A norma ISO 22301 define um sistema de gestão de continuidade de negócio - sistema de gestão que utiliza um conjunto de processos, atividades, planos e que permite delinear as principais linhas orientadoras para a definição das melhores estratégias de continuidade de negócio - e apresenta os requisitos para a implementação e certificação internacional de sistemas de gestão de continuidade de negócio nas organizações. Esta norma aplica-se a qualquer tipo de organização, independentemente da sua área de atuação e do seu tamanho. O alinhamento à norma ISO 22301 ou mesmo a certificação de um sistema de uma organização nesta norma, permite às organizações garantir um nível elevado de resiliência - capacidade de adaptação a situações inesperadas e de reagir de acordo com as melhores estratégias - no que diz respeito à melhor resposta em razão de possíveis eventos perturbadores. Para uma organização, uma entidade ou mesmo um governo, é importante garantir as melhores respostas, nos menores tempos possíveis, utilizando os recursos e mecanismos mais adequados, sejam eles recursos humanos, técnicos ou mesmo procedimentais. São estes os cenários em que os melhores recursos e respectivas estratégias marcam a diferença. Atento a esta realidade, o PECB (Professional Evaluation and Certification Board), entidade certificadora internacional de pessoas, lançou um conjunto de programas de qualificação e certificação de profissionais, os quais serão os responsáveis por implementar, operar ou mesmo validar/auditar este tipo de sistemas de gestão de continuidade de negócio. Alinhada a estas necessidades e à necessidade de formar recursos com as melhores qualificações, a Behaviour Group apresenta os programas de qualificação de pessoas do PECB, ISO 22301 Introduction, ISO 22301 Foundation, ISO 22301 Lead Implementer e ISO 22301 Lead Auditor. Estes programas abrangem todos os públicos envolvidos num programa de gestão de continuidade de negócio, seja na sensibilização daqueles que irão ser os máximos responsáveis por este programa (ISO 22301 Introduction), seja para aqueles que estarão envolvidos na gestão e operação do mesmo (ISO 22301 Foundation), seja para aqueles que serão os responsáveis ou estarão envolvidos no projeto de implementação do Sistema de Gestão de Continuidade de Negócio (ISO 22301 Lead Implementer) e para aqueles que terão um papel fundamental na validação e análise (auditoria) deste programa com objetivos de melhoria do mesmo (ISO 22301 Lead Auditor). É certo que uma boa estratégia não é infalível, no entanto, uma boa estratégia e uma estratégia baseada num sistema de continuidade de negócio reconhecido, a ISO 22301, é sempre uma maior garantia de sucesso no caso de uma organização ter que lidar com eventos disruptivos. Talvez agora você questione se utiliza as melhores estratégias na sua organização. Talvez, mesmo depois de ler este artigo, pense que já tem a melhor estratégia bem definida. Numa primeira análise, a existência de uma estratégia é sempre um passo à frente, sendo que uma estratégia é sempre melhor que a não existência de qualquer estratégia, no entanto, talvez as respostas que deva procurar sejam aquelas que respondem à pergunta: “Na sua organização, e no caso de um determinado evento perturbador, é possível identificar quem deve fazer o quê, como, quando e por ordem de quem essas atividades devem ser realizadas?” Não esquecendo sempre, que a sua estratégia deverá ser testada, avaliada e monitorada, porque um sistema de continuidade de negócio só tem sucesso de for marcado por uma boa estratégia, mas uma boa estratégia sem competência não passa de mera boa intenção. Uma boa estratégia deve ser competente e isso só é possível se a mesma for delineada, implementada, gerida e auditada por profissionais qualificados. Deixo, portanto, uma pergunta no ar: Se a boate Kiss, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tivesse um sistema de gestão de continuidade de negócios, teríamos 241 vítimas fatais após o acidente? Aliás, se esse sistema de gestão já tivesse sido implementado, teríamos presenciado um acidente de tamanhas proporções? Fábio Anjos